A pedido da Andrade Gutierrez (AG), o Banrisul chegou a estudar a inclusão, entre os investidores da construtora para o Beira-Rio, do IPE e do Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos de Porto Alegre (Previmpa). O acerto só não saiu porque a AG também pediu que as instituições fornecessem garantias para o empréstimo — modelo que foi proposto com pequenas alterações e, novamente, rejeitado nesta quarta-feira pelo Banrisul.
Mantida até agora em sigilo, a arquitetura financeira foi obtida com exclusividade por Zero Hora e mostra um negócio composto, na maior parte, por recursos públicos.
Nas propostas apresentadas desde dezembro ao banco, a AG investiria só R$ 16,4 milhões em recursos próprios — R$ 65,9 milhões viriam do IPE, do Previmpa e do próprio Banrisul. Mas o que entravou o negócio foi que, além da participação como investidores, a AG pediu aos entes públicos garantias para o empréstimo de R$ 205 milhões junto ao banco estadual.
Governo do Estado e prefeitura asseguram que nenhuma das propostas da construtora foi aceita. Porém, a revelação de que o IPE e o Banrisul estavam na negociação para ingressar no consórcio criou crise no governo estadual. Enquanto concedia entrevista a ZH sobre o assunto, o chefe de gabinete da presidência do IPE, Cássius Rosa, foi chamado ao Palácio Piratini e proibido de falar com a imprensa.
O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, foi designado para ser o único interlocutor sobre o assunto. Esclareceu que, por conta de sua natureza jurídica, os fundos de pensão não podem ser avalistas do negócio.
— Quando o banco avisou a AG disso, a empresa disse que só garantiria a parte dela no empréstimo, mostrando ao Banrisul que era um negócio arriscado — afirma Pestana.
Nas garantias prometidas pela AG ao Banrisul, estão R$ 24 milhões vindos de instituições gaúchas e receitas esperadas com a exploração de áreas do estádio — o que é rejeitado repetidamente pelo banco.
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