O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira que não houve nenhuma denúncia de irregularidade formal, concreta, que não fosse investigada pelo Ministério da Fazenda. Ele fez a afirmação durante audiência na CAE do Senado em relação à situação do então presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci.
— Não só sobre isso como qualquer assunto. Desafio alguém a dizer o contrário.
Mantega afirmou que o Ministério da Fazenda investigou todas as denúncias apresentadas contra a Casa da Moeda e alguns de seus servidores, como o ex-presidente da entidade, Luiz Felipe Denucci. O ministro também declarou que o Ministério da Fazenda solicitou investigação à Polícia Federal e que investigações do Ministério Público sobre essas denúncias acabaram sendo arquivadas.
O ministro voltou a citar a história envolvendo as denúncias contra Denucci. Ele lembrou que se tratou de uma "denúncia anônima" sobre contratos de venda e salientou que, no período em que esteve à frente da Casa, Denucci lidou com a realização de muitas transformações no órgão, como aquisições de novos equipamentos. O ministro disse que o Ministério Público acatou a denúncia e fez a verificação e, depois, arquivou procedimento sem encontrar irregularidade. A conclusão foi a de que seria criada uma comissão de sindicância no início de 2011.
— Até hoje não se detectou nenhuma irregularidade.
Mantega destacou que, no início de 2012, o jornal Folha de São Paulo publicou artigo com denúncia sobre depósitos. Ele lembrou que, três dias depois, a Fazenda decidiu pela constituição da comissão, depois que a CGU solicitou informações.
— Depois, o Ministério da Fazenda pediu ao Ministério da Justiça que a Polícia Federal investigasse o caso. Este é o procedimento da Fazenda, que não se baseia em boatos e em fofoca. Só em denúncia formal.
Câmbio
Mantega disse ainda que, se o governo não tivesse tomado medidas cambiais nos últimos anos, o dólar estaria cotado a R$ 1,40 ou menos e a indústria brasileira já estaria quebrada.
— Se não tivéssemos comprando o volume de dólares que estamos e tomado essas medidas, já estaríamos com o câmbio em R$ 1,40 ou menos que isso. Toda a indústria brasileira já estaria quebrada, não teria condições de competitividade e não conseguiria exportar nada. A eficácia dessas medidas é inequívoca — afirmou.
O ministro afirmou ainda que o câmbio atual, em torno de R$ 1,80, é uma situação um pouco mais favorável às exportações e à sobrevivência da indústria.
— Não é suficiente. Outras medidas têm de ser tomadas — afirmou.
Ele disse ainda que os países avançados já injetaram mais de US$ 9 trilhões em um período relativamente curto na economia e que o governo tem buscado convencer os colegas do G-20 a não praticar ou adotar medidas que absorvam esse excesso de liquidez.
Enquanto isso, o Brasil tomará medidas. O ministro citou o programa Brasil Maior, medidas de redução de custo financeiro e afirmou que "estamos a todo momento tomando medidas que dão respaldo à produção brasileira". Ele citou a mudança ontem da cobrança de 6% de IOF sobre empréstimos abaixo de cinco anos.
— Quem quiser, tome empréstimos acima de cinco anos, mais saudáveis e para investimentos.
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