Ministra da Casa Civil, candidata ao Senado pelo Paraná que mais gastou na eleição, declarou R$ 56,9 mil de despesas com táxi aéreo, valor 7 vezes inferior ao gasto de Roberto Requião (PMDB)Eduardo Bresciani e Mariangela Gallucci, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Dona da campanha eleitoral mais cara entre os candidatos ao Senado no Paraná, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), envolvida em polêmica recente sobre o uso de jatinhos particulares, declarou em sua prestação de contas despesas de apenas R$ 56,9 mil com empresas de táxi aéreo, o equivalente a 0,7% dos quase R$ 8 milhões que informou ter gasto na disputa.
Na segunda-feira, em resposta à reportagem publicada na revista Época sobre a utilização de um avião particular da construtora Sanches Tripoloni ao lado do marido Paulo Bernardo - hoje ministro das Comunicações e na ocasião ministro do Planejamento -, a ministra divulgou nota dizendo ter feito seus voos durante a campanha apenas em avião fretado e com contrato de aluguel. Procurada na terça-feira, 23, pelo Estado com questionamentos sobre a prestação de contas da campanha, Gleisi foi econômica nas explicações.
A ministra confirmou ao Estado o gasto de R$ 56,9 mil com aviões que, segundo ela, referem-se a 26 horas de voo pagas às empresas Hércules e Helisul. Ela afirma ter feito outros deslocamentos aéreos "em conjunto com outros candidatos", mas não especificou os seus nomes.
Disse ainda ter viajado muito por terra e confirmou ter viajado de avião algumas vezes, sem mencionar quantas, com o candidato do PDT ao governo, Osmar Dias. Questionada se realizou voos para sua campanha com outras empresas e se isto não estaria contabilizado, a ministra negou. Ela também garante não ter usado avião emprestado por empresas privadas.
O ministro Paulo Bernardo afirma ter voado durante a campanha da mulher em aviões particulares e explicou que os aviões eram fretados. As empresas, afirmou, recebiam pagamento por ceder o transporte. Também questionado pelo Estado se sabia de gastos não contabilizados, o ministro preferiu repassar a responsabilidade para a mulher dizendo não ter cuidado das contas de campanha dela.
Contraste. Os gastos de Gleisi com táxi aéreo são sete vezes menores do que o de seu companheiro de chapa no Paraná, o senador Roberto Requião (PMDB). O peemedebista gastou R$ 416 mil com aviões para fazer a campanha pelo Estado. O aliado, no entanto, gastou em toda sua campanha R$ 3 milhões, menos da metade do que Gleisi.
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