BRASÍLIA - O soldado da Polícia Militar João Dias, delator de um suposto esquema de corrupção no Ministério do Esporte, afirmou na quinta-feira, 8, em depoimento à corporação que, em 2006, intermediou a arrecadação de cerca de R$ 1 milhão para o comitê regional da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O dinheiro, segundo ele, foi entregue ao atual secretário do Governo do Distrito Federal, Paulo Tadeu.
João Dias foi preso na quarta-feira, depois de invadir a sede do governo de Brasília, jogar R$ 200 mil na antessala do gabinete de Paulo Tadeu, ofender uma funcionária e quebrar o dedo de um policial militar. Paulo Tadeu, que é deputado federal licenciado, afirmou que tudo não passou de uma "armação frustrada" por parte de João Dias. O secretário disse que vai pedir ao Ministério Público que participe das investigações com a Polícia Civil, para provar que não tem nada a ver com o soldado.
O soldado da PM foi o responsável pelas denúncias de supostas irregularidades no Ministério do Esporte que levaram à queda de Orlando Silva da pasta. Dias afirmou ainda que o esquema foi montado pelo ex-ministro e hoje governador do DF, Agnelo Queiroz (PT). Na denúncia, o policial disse que sua ONG desviava dinheiro no esquema. Agnelo nega as acusações.
No depoimento que prestou na quinta-feira, o policial afirmou que o registro de saques de uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF) pode comprovar as acusações que está fazendo. Ele não deu detalhes da origem do dinheiro que afirma ter entregado ao comitê de campanha de Lula.
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