segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Planalto pede a aliados mais 4 anos para DRU

VERA ROSA, JOÃO DOMINGOS / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Preocupada com a validade da Desvinculação das Receitas da União (DRU), que expira em 31 de dezembro, a presidente Dilma Rousseff pedirá hoje aos líderes da base aliada na Câmara e no Senado que convençam as bancadas a aprovar a renovação do mecanismo até 2015.

O Palácio do Planalto foi informado de que deputados e senadores, revoltados com a falta de liberação das emendas parlamentares, ameaçam prorrogar a DRU por apenas dois anos, complicando a vida de Dilma.

Pela primeira vez desde que deixou a base de apoio ao governo, em agosto, o PR do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, hoje senador, voltará a uma reunião no Planalto. O representante será o deputado Lincoln Portela (MG), líder do PR na Câmara. "Somos independentes, mas amigos", resumiu Portela, que chegou a assinar pedido da oposição para abrir uma CPI da Corrupção, no rastro dos escândalos que abalaram a pasta de Transportes.

À espera de um ministério na reforma que Dilma fará na equipe, no início de 2012, o PR promete ajudar o Planalto a esticar a validade da DRU por quatro anos. Para tanto, porém, quer o pagamento das emendas. "O governo tem de fazer a lição de casa porque a proposta da oposição que dá apenas dois anos de vigência para a DRU é um perigo iminente", disse o deputado Milton Monti (PR-SP).

A votação da DRU, nesta semana, é o novo teste de fidelidade da base aliada e o Planalto sabe que precisará acelerar a liberação de pelo menos R$ 4 milhões em emendas individuais, se não quiser ter surpresas. "A aprovação da DRU é a nossa grande prioridade. O Vaccarezza e a Ideli estão otimistas e acham que vai dar para aprovar sem problemas. Mas temos de trabalhar direito", insistiu o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, numa referência ao líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e à titular das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

A derrota sofrida pelo Planalto em dezembro de 2007, quando o Senado derrubou a CPMF, conhecida como "imposto do cheque", deixou Carvalho em estado de alerta. "Não nos esqueçamos de que também confiávamos que a CPMF seria aprovada e não foi", comentou o ministro.

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